Objetivos e intenções do Onda Negra.

O Onda Negra surge como um desejo de exteriorização de algumas reflexões que estão diretamente ligadas à questão racial. Almejamos com este espaço a problematização e discussão sobre temas como o racismo, o preconceito racial e a discriminação. Possivelmente, veremos também discussões sobre processos que apontam para uma predominância da desigualdade social e racial no nosso país.

Em alguns momentos, apresentaremos sugestões, análises e reflexões de filmes que abordam diretamente ou indiretamente a temática racial, ou, que dialoguem com a mesma. Salientamos que dentro desta proposta não deixaremos de abordar, por exemplo: a questão de gênero, os processos do mundo do trabalho e a questão racial, a questão da violência racial e, principalmente, alguns processos que envolvam reparação e ganhos para a população negra, como no caso das políticas de Ações Afirmativas.

Por último, explicamos que a origem do nome Onda Negra foi pensado a partir do livro da Celia de Azevedo, "Onda negra, medo branco". Nesse livro, a autora estabelece um intenso debate em torno das "questões senhoriais travadas por abolicionistas e imigrantistas ao longo do século dezenove. Decerto esse debate ainda se arrastaria pelo tempo não fosse a intervenção dos próprios escravos com suas ações autônomas e violentas, aguçando os medos da 'onda negra', imagem vívida forjada no calor da luta por elites racistas."

Sendo assim, julguei pertinente fazer uma alusão a esta "onda negra" que se tratava do medo das elites com os retrospectos das lutas anti-escravistas (ou por libertação dos negros escravizados) como por exemplo, a Revolução Haitiana; para tratar dos problemas contemporâneos que envolvem a condição do negro em nossa sociedade. Enquanto as lutas ganham força por ganhos de direitos, por igualdade de condições no mercado de trabalho em relação aos brancos, por políticas de reparação e de inclusão com as Ações Afirmativas, percebe-se que todo esse movimento ainda desperta em alguns grupos da nossa sociedade um incômodo, uma desconfiança e a meu ver um medo.

quinta-feira, 6 de novembro de 2014

O racismo científico à brasileira mostra a sua cara



Para além das suas declarações racistas e da equivocada noção da realidade, o que me impressiona e quero chamar a atenção aqui é para a construção discursiva ainda pautada num mix de teorias difundidas no século XIX, que foram encampadas por um grupo de cientistas e pesquisadores que desenvolveram postulados preconceituosos e eurocêntricos em que justificavam “cientificamente” as motivações para nos fazer acreditar numa “inferiorização” e “desumanização” do negro a partir das características genéticas, raciológicas e psicológicas.

Não me surpreende esta atitude racista e preconceituosa, pois sei que ela existe e é muito presente no cotidiano de muitos alunos negros, indígenas e outros grupos de alunos e alunas que fazem parte de outras “minorias” dentro da universidade. O que realmente me surpreende é a forma como ele se coloca, com a ilusão de está relatando algo que é real, que faz parte da nossa sociedade e a constitui, sem achar que está sendo racista com suas declarações. Este professor Manoel, nos demonstra a mais vívida naturalização da desigualdade racial, do preconceito e discriminação, da naturalização da pobreza em contraposição aos privilégios que a sua branquitude lhe ofereceu.


A partir deste acontecimento, torna-se extremamente necessário debatermos de forma mais profícua as relações raciais dentro das universidades e as formas de discriminação que vem acontecendo nas relações entre professores e alunos. A atitude deste professor é o reflexo de algo muito maior que está alicerçada nos discursos da meritocracia e circunscrita no que se convencionou chamar de racismo à brasileira. Portanto, quando este racismo à brasileira mostra a sua cara de maneira tão latente, o combate se torna imperativo.

Assistam a fala do professor clicando no link abaixo: 


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